Pesquisar este blog

domingo, fevereiro 22, 2015

Me bate, porque eu gosto



Me bate, porque eu gosto

Parte 1

Uma porrada sempre vai ser uma porrada...o que torna tudo diferente é a intenção. Umas demonstram ódio outras amor...e ai qual você escolhe?
Tenho levado uma vida tranquila, quase sempre nos dias de hoje... mas ainda sou um ser construído pelo contraditório, pelo que derroga os padrões. Mas quando você vive assim é preciso se preparar para se fuder muito, ou fazer isso de forma que tudo trabalhe pra ti. Prefiro a segunda, não to afim de passar trabalho. Reservo dentro de mim um recanto animalesco, guardado a sete chaves, mas que por eventualidade eu deixo sair...é bom dar o que comer para o teu animal interior, e depois ele saciado, eu volto a normalidade social, polida e estética pretendida por tudo mundo. Fácil assim.

Foi assim até uma noite destas.
Cheguei em casa não tão cedo, havia passado pouco da meia noite, abro a janela do Ap, fico olhando a noite visceral e sua garganta cheia de estrelas magnificas, como pequenos olhos dos anjos ou demônios me convidando para tudo...para o mal, para o bem, para o trágico, para o prazer e para loucura toda que guardo dentro de mim. Noite filho da puta brilhando maravilhosa, como uma lamina pronta para o ato final. Estou com a janela aberta, uma brisa sopra e uma coceira filho da puta está mim. O bom moço precisava de um tempo, para que o canalha sorria, beba, foda e de o foda-se a vida. Este é um cara que com toda certeza não irias gostar de trocar uma ideia.

Olho meu celular apagado, nenhum brilho, nenhuma puta, nenhuma cadela perdida numa nesta noite. Era preciso evocar a o demônio então. Deixo a janela aberta e vou até a cozinha pego a garrafa de rum do balcão...e ainda tem a metade dourada, pego o copo duas pedras de gelo...sirvo o mijo do diabo. O cheiro invade o ambiente...rum e seu perfume maravilhoso.

Tomo um gole a cedo...e foi como sempre, o fogo desce acordando as veias do marasmo. Beba, beba, beba e de um foda-se ao que vier depois. Copo na mão e como magia as estrelas agora estão mais que fantásticas, são riscos que entoam uma cantiga... as pessoas circulando na rua são liquido deslizando em sombrios vãos...nem carros com faróis e as mulheres bebendo no posto frente ao Ap... são todas fantásticas, pouco importando o que carregam com si, com todos os seus defeitos, suas magoas e depressões afogadas em bebida. Eu brindo a distância com elas...o copo vai ficando vazio e eu melhor. Rum é o elixir dos cães. Estou pronto para sair... Vou no banheiro dou uma boa mijada e mexo um pouco no pau...ele fica meio duro, está sensível e me sinto um porco querendo trepar, um cavalo, um touro...procurando a sua parceira...sacudo o pau, pego a chave do olhos de gato e vou para o estacionamento.

Subo no carro, ligo o rádio e a música que toca é Luiz Miguel-
¨Voy a apagar la luz para pensar en ti,
Y así dejar volar a mi imaginación
Que importa vivir de ilusiones si así soy feliz¨ Contigo Aprendi - uma balada romântica para um caçador, é como uma cantiga de ninar cantada para um estuprador adormecer. Dou a partida, a rua está tranquila, quase vazia, gosto das pessoas vagando por ai... estão a procura de algo também, o que será?
Me sinto em paz e com as veias em chamas. O olhos de gato vai circulando devagarinho...pela Bento, carros desmaiado embaçados com gente fudendo dentro, a droga ao ar livre entupindo narinas nada santas, bêbados e mendigos deitados debaixo do campo do Pelotas, noite maravilhosa onde os mestres estão a solta, como um trem alado fora dos trilhos. Gosto de ver tudo isso...é a poluição da noite entrando em ti, eu amo a poluição, precisamos da poluição e ser sábio é conviver com essa porra toda e não enlouquecer. Eu vejo música harmônica e beleza nas pessoas poluição, nas ruas poluição, nos bares poluição, como não amar isso? Se somos feitos disso. Não é fantástico? Que limpeza que nada, que santidade porra nenhuma...geramos tanto lixo...porque não somos muito diferentes dele...


Segue...

Luís Fabiano.


Um comentário:

cata disse...

Não vejo a hora de ler o término dessa história.